Capítulo Nove – Brigas e dúvidas...
~Liam P.O.V.’s~
Liam sorriu pelo canto dos lábios
enquanto voltava para o carro. A frase “eu até gostei” ecoava na sua mente,
fazendo-o rir baixinho. O moreno ligou o carro e colocou o cinto de segurança,
lembrando-se da insistência de Hayley.
Londres, Soho, 00:20 pm., sábado.
Meia hora depois, Liam colocou o carro
a garagem do prédio, acionou o alarme, fechou o portão e subiu para o apartamento
que se localizava no terceiro andar.
Ao entrar no apartamento, o moreno
encontrou Zayn fumando na sacada. O garoto foi ao encontro do amigo de
imediato.
- Como foi com a Parker? – Zayn
perguntou, enquanto Liam se apoiava no parapeito, ao seu lado.
- Normal... – Liam respondeu. – Tem um
cigarro e um isqueiro?
- O que aconteceu com os seus? – Zayn
perguntou, tirando com a mão direta a carteira de cigarros e o isqueiro do
bolso, enquanto segurava seu cigarro com a esquerda. Em seguida entregou-os
para Liam.
- Estão em algum lugar por aí – ele
respondeu antes de acender o cigarro e dar uma longa tragada, soprando a fumaça
em seguida. – Ela gostou do beijo que eu dei nela – ele comentou, depois de
alguns minutos em silêncio.
Zayn olhou para Liam de imediato,
intrigado:
- Você beijou ela?
- Não foi bem um beijo... – Liam
apressou-se em explicar, com um sorriso no canto dos lábios. – Foi mais uma
encostadinha no canto da boca – e deu uma tragada.
- Pensei que estivesse tentando se
afastar dela... – Zayn comentou, sorrindo pelo canto dos lábios.
- E estou – Liam replicou depois de
soprar a fumaça. – Mas ela me atrai, entende?
- Não é só a você... – Zayn comentou,
fazendo Liam fechar a cara de imediato. – Não que ela me atraia... De forma
alguma – ele apressou-se a dizer, rindo.
- Mas não me importo... Não estou afim
de me apaixonar – Liam disse, com certa indiferença.
- Mas você já está apaixonado – Zayn
comentou.
- Não estou – Liam replicou com
convicção. – Você sabe que eu demoro para me apaixonar, até porque a conheci
ontem...
Zayn deu uma pequena pigarreada.
- Que é? – Liam perguntou, sem
entender.
- O quê? – Zayn coçou a nuca com a mão
livre.
- Você pigarreou – Liam replicou.
- E o quê que tem? – Zayn se fez de
desentendido.
- Você só pigarreia quando discorda de
alguma coisa – Liam retorquiu, impaciente.
- Isso quer dizer que não posso mais
pigarrear por outros motivos? – Zayn indignou-se. Liam lhe lançou um olhar do
tipo “fala logo porquê pigarreou”. –
Tá... Só acho que você está querendo enganar a si mesmo.
Dessa vez fora Liam quem pigarreara.
- Que é? – Zayn perguntou, sem
entender.
- O quê? – Liam perguntou antes de
levar o cigarro até a boca e dar uma breve tragada.
- Você pigarreou – Zayn replicou.
- E o quê que tem? – Liam se fez de
desentendido.
- Você
pigarreou – Zayn retorquiu, impaciente.
- Um homem não pode pigarrear em paz? –
Liam perguntou, calmamente.
- Vai tomar no cu! – o outro exclamou,
fazendo Liam rir. – Fala logo!
- Falar o quê?
- Por que pigarreou, porra! – Zayn
exclamou, irritado.
- Porque não há chances de eu me
apaixonar por uma garota da qual conheci em menos de vinte e quatro horas –
Liam replicou.
- Então por que raios beijou ela? – Zayn perguntou, agora mais confuso que
o amigo.
- Já disse que não foi um beijo – Liam retorquiu calmamente. – E
sei lá, cara! Já disse que ela me atrai!
- Tá, mas essa sua “atração”, - ele fez
sinal de aspas com as mãos – pode acabar brincando com os sentimentos dela.
Cuidado com isso, cara.
- Já sei disso... – Liam replicou. –
Vou ter cuidado com ela. Prometo... – e deu uma última e longa tragada em seu
cigarro.
Londres,
Notting Hill, casa da Hayley, 11:50 pm.
~Hayley
P.O.V.’s~
– ONDE VOCÊ ESTAVA? – foi a primeira
coisa que ouvi quando entrei em casa. Johnny estava vestido com uma calça de
moletom e uma camiseta branca, e seu rosto estava furioso.
- Na Soho – respondi secamente.
- Ah, agora é assim? Eu saio por
algumas horas, volto, não te encontro em casa, e às dez para meia-noite você
apenas me diz que estava “na Soho”? – ele me fitava, nervoso.
- Algumas
horas? – ri ironicamente. – Pelo amor de Deus, pai! Você passou o dia
inteiro fora!
- Mas isso não te dá o direito de sair
sem avisar! Tem umas cinquenta chamadas não atendidas minhas no seu celular! –
Johnny gritou.
- Dá sim! – exclamei, impaciente. – Dá
sim! Sabe por quê? Porque eu me sinto sozinha! Coisas estão acontecendo comigo! Coisas que nunca antes tinham
acontecido! – gritei, sentindo as lágrimas de raiva começar a surgir.
- Não grita comigo, Hayley – ele disse,
ameaçador.
- Grito sim! Você não liga pra mim! Só
liga pra merda da sua empresa! –
gritei, nervosa.
- NÃO GRITE COMIGO, PORRA – Johnny
berrou, tão nervoso quanto eu.
- AH, VAI SE FODER! – berrei
inconscientemente. Pude ver Johnny levantar a mão, mas antes que pudesse me dar
um tapa, ele se controlou.
- Sobe agora, antes que eu faço algo sem pensar – ele disse com sua voz
assustadoramente tranquila.
Sem hesitar, subi as escadas e rapidamente entrei no meu quarto, batendo a porta. Me joguei na cama, chorando descontroladamente enquanto Félix me observava com seus grandes olhos amarelos. E acabei dormindo ali, de bruços, por cima das cobertas e com a roupa do corpo.
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