Capítulo Catorze – O lenço
~Liam P.O.V.’s~
Liam tamborilou os dedos no volante,
impaciente. Buzinou cinco vezes seguidas, esperando que, de alguma forma, o
engarrafamento quilométrico à sua frente desaparecesse. Zayn o havia ligado
pela terceira vez, dizendo que a polícia tinha novas pistas sobre o assassino
de seus patriarcas e que Liam deveria se apressar.
Pelo menos o moreno tinha algo com que
ocupar a sua mente, para que não ficasse nervoso com o trânsito e as notícias.
Liam apoiou seu braço direito na janela do carro, lembrando-se do recente beijo
com Hayley Parker. Ainda se perguntava de onde havia arranjado coragem para
beijá-la. Entretanto, sabia que não poderia levar isso adiante, por mais que
desejasse.
Ainda sentia-se confusa em relação aos
seus sentimentos pela novata de cabelos brancos. Numa hora sentia-se perturbado
a ponto de quase odiá-la. Noutra, se sentia assustadoramente atraído, a ponto
de beijá-la.
Liam sorriu pelo canto dos lábios,
lembrando-se da delicadeza do beijo de Hayley. Alguns resquícios do batom
vermelho da garota ainda estavam presentes nos lábios do moreno, o que o
deixava cada vez mais atraído pela novata.
Londres, delegacia central, 5:30 pm.,
sábado.
- Foi apenas isso que encontramos,
depois de dois anos de novas buscas – o delegado, um grisalho de quarenta anos,
de boa aparência, que atendia pelo nome de James Stewart, estendeu o saquinho
transparente para Liam.
O moreno o pegou e olhou atentamente
para o objeto ali dentro: era um lenço branco, em sua boa parte manchado de um
tom vermelho-amarronzado, que Liam concluiu ser sangue seco.
- Foi passado despercebido nas nossas
primeiras buscas, e foi encontrado hoje no laboratório, embaixo de um dos
armários – o delegado explicou, antes que Liam pudesse perguntar algo.
Era terrivelmente doloroso encarar
aquela mancha de sangue. Liam engoliu em seco, procurando se controlar de um
possível acesso de raiva na sala do delegado. Zayn, que estava sentado ao seu
lado, lhe deu deves tapinhas no ombro.
- Posso ficar com isso? – Liam
perguntou, encarando o delegado sentado à sua frente, do outro lado da mesa.
- Pode. Já fizemos as análises
necessárias – ele assentiu. Liam deu um meio sorriso, sentindo uma profunda
sede de vingança se apoderar de sua consciência.
Londres,
Notting Hill, casa da Hayley, 5:30 pm., sábado.
~Hayley
P.O.V.’s~
Quando eu entrei em casa, Johnny
ainda não havia chegado. Aproveitei para tomar um longo banho, comer alguma
coisa e ir para a sala assistir qualquer bobagem que estivesse passando na TV.
Enquanto brincava com Félix,
lembrava-me dos lábios quentes de Liam. Eu não conseguia pensar em mais nada
além daquele beijo. Liam fora gentil e provocante, o que me deixara insana.
O barulho da porta de entrada batendo
me fez despertar dos meus pensamentos maliciosos. Johnny apareceu na porta do
corredor, com seus costumeiros cabelos rebeldes. Ele fez um breve aceno com a
mão, antes de subir as escadas, se arrastando.
Eu sabia que o meu pai não gostava de
seu trabalho tanto quanto eu. Mudávamo-nos toda hora, ele ficava fora quase que
durante o dia inteiro, só tinha os domingos de folga... E sem contar com as
inúmeras vezes que o ouvi xingar o trabalho de palavrões fortes.
Voltei a minha atenção para o gato
cinzento, que tentava pegar a cordinha do capuz do meu moletom. Mil perguntas
passavam pela minha mente... Por que Liam beijaria logo a mim? Por que não
Sunny Lewis, que já lhe arrastava uma enorme asa desde a quarta série? Por que eu, que ele conhecia há um dia?
- E então? O que você e seu – Johnny
fez sinal de aspas com as mãos – “amigo” fizeram durante a tarde?
- Almoçamos, e depois fomos ao Batman
Park – respondi, enquanto meu pai me fitava do fogão. Eu estava sentada à mesa,
observando Félix comer em seu pratinho de ração. Johnny havia feito uma
lasanha, da qual esperava ficar pronta no forno. Ele vestia um avental branco
(agora sujo de molho de tomate) por cima da camiseta cinza e da calça de
moletom preta.
- E vocês foram de ônibus? – ele
perguntou, parecendo estar interessado em saber como fora a minha tarde.
- Não. Carro – respondi com
simplicidade, dando de ombros. Johnny se surpreendeu.
- E quantos anos esse rapaz tem?
- Não faço ideia... – respondi,
dando-me por conta de que ainda não havia perguntado a idade de Liam.
- Como assim, minha filha? Você não
pode ficar saindo de carro com alguém
que você não sabe nem a idade – pior
que ele tinha razão.
- Relaxa... Ele é da minha sala.
Portanto, deve ter dezessete ou mais – repliquei enquanto prendia o meu cabelo
em um coque frouxo.
- Ah, sei... – Johnny me lançou um olhar desconfiado. – Tome cuidado, de qualquer forma...
Ah que perfeito Liamda.. Me desculpe pela ausência de comentarios é que eu ando meio ocupada ultimamente, e estava impossível eu mexer no pc..
ResponderExcluirMas continua logo pq eu to amando <3
Bjim *-*