Capítulo
Catorze – Esquecer?
Olhei para Harry, perplexa.
Eu:
Mas, como…?
Harry:
Quando avancei
contra aquele cara, quando ele ia te matar – ele engoliu em seco - , consegui
pegar o anel da mão dele. Foi aí que eu quase tive um canivete enfiado na cara.
Harry
se aproximou e me entregou o anel. Sorri e o coloquei no anelar da mão
esquerda. Harry sorriu pelo canto dos lábios.
Eu:
Obrigada… – o olhei.
Harry:
Tudo bem… – ele
sorriu. – Bom, acho que é melhor irmos dormir.
Eu:
Onde eu durmo?
Harry:
Aí. – ele apontou
para a cama.
Eu:
Sozinha, né? – senti
o meu rosto corar.
Harry:
Claro. – ele rui. –
Mas, se quiser companhia…
Eu:
Não… - o olhei, sem
jeito.
Ele
deu uma risada curta e saiu do quarto. Deitei na cama, respirando fundo, e
olhei para o anel no meu dedo. Naquela noite, Harry se arriscara por mim. Quase
morrera pior mim. E eu, quase morri por ele.
Suspirei,
olhando para o quarto. Guardava boas lembranças daquele local. Lembrava-me bem
do primeiro dia em que pisei nele. Lembrava dos trovões, dos raios e da chuva
caindo.
Também
lembrava da forma com que Harry me protegera. Lembrava do jeito que ele cuidara
de mim quando fiquei resfriada. Porém, eram lembranças que nunca mais
voltariam.
Respirei
fundo, sentindo o meu coração apertar. Não podia negar que sentia a falta de
Harry. Mas não só como um namorado. Como um amigo.
Estava
prestes a derramar lágrimas, quando Harry entrou no quarto.
Eu:
Foi chorar no banho?
– impliquei, disfarçando.
Harry:
Não. Mas, se você
quiser, podemos chorar juntos no banho. – ele riu, sentando-se na beira da
cama. – Tô brincando. – ele fez uma careta, quando lhe lancei um olhar
assassino. – Mas acho que você chorou.
O que aconteceu? – ele me olhou, preocupado.
Eu:
Impressão sua. –
respondi, enterrando o rosto no travesseiro de Harry.
Harry:
Não é impressão
minha. Seus olhos estão lacrimosos. – ele se deitou ao meu lado. – Me diz o que
aconteceu. – ele tocou nos meus cabelos.
Eu:
Não aconteceu nada,
Styles. – me virei para o outro lado.
Harry:
Mas
os seus olhos estão lacrimosos. –
ele mexia nos meus cabelos.
Eu:
Tenho alergia ao seu
perfume. – retorqui, afastando a mão de Harry dos meus cabelos.
Harry:
Antes você não tinha
essa alergia idiota. – ele parecia aborrecido.
Eu:
Eram outros tempos.
– respondi. Senti Harry se afastar e levantar-se.
Harry:
Boa noite. – e ouvi
o som da porta se fechando.
Encarei
o teto por alguns segundos, antes de desligar o abajur. Seria loucura eu falar
para Harry que sentia a sua falta, depois de tudo o que acontecera.
Nunca
esqueci o que acontecera. Minhas feridas não se curavam de maneira alguma. Me
lamentei todas as noites pelo meu relacionamento com Harry ter durado tão pouco
e ter acabado de uma forma tão dolorosa.
Depois
de muito me revirar na cama, acabei adormecendo.
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