domingo, 10 de novembro de 2013

Mercenários – Capítulo Quinze – Se virando sozinha

Capítulo Quinze – Se virando sozinha

Londres, Notting Hill, casa da Hayley, 6:30 pm., domingo.

         O despertador da mesinha de cabeceira tocou. Enterrei o meu rosto no travesseiro enquanto tateava pela mesinha, em busca do despertador. Logo o desliguei, fazendo cessar o irritante “pi”. Respirei fundo, tentando encontrar forças para me levantar.
         Antes que eu tomasse qualquer decisão, senti um corpo se jogar em cima do meu. Gemi de dor, causada pelo peso do corpo.
         - Pai, dá pra sair de cima de mim? Tá me esmagando – disse, com dificuldade. Ouvi a risada de Johnny, mas o peso continuou. – São seis e meia da manhã de um domingo, pai! – exclamei, tentando rolar para a beirada da cama.
         - Levante para ver o seu pai partir – ouvi a voz de Johnny dizer, divertida.
         - Se ele sair de cima de mim, eu levanto – resmunguei, não sentindo mais as minhas pernas.
         O peso se foi, e eu me senti extremamente aliviada. Levantei-me lentamente, me espreguiçando, e encarei Johnny, que vestia um terno de veludo preto. Sorri pelo canto dos lábios.
         - Tá, pai. Vai logo, antes que eu te impeça de ir – disse, após dar um longo suspiro. John deu uma breve risadinha.
         - Isso é algum tipo de “caia fora logo” comportado? – ele ergueu uma sobrancelha.
         - Não – respondi com sinceridade. – Pra falar a verdade, eu só quero encurtar a despedida. Sabe como é... Nunca gostei de despedidas – e abri um largo sorriso lacrimoso.
         - Não se preocupe, querida... Voltarei tão em breve que você nem vai notar a minha falta – ele sorriu pelo canto dos lábios.
         - Assim espero... – murmurei, enquanto Johnny abria os seus braços para um último abraço apertado.
        
         Me sentei no sofá, me sentindo um pouco tonta. Haviam se passado quarenta minutos desde quando dei meu último aceno a Johnny. Desde aquele momento, me sentia atordoada. Algo me dizia que tudo mudaria daqui pra frente. Meu lado negativo dizia, maldoso: “Veja pelo lado bom, Hayley... São duas semanas sem regras ou ordens para impedir a sua diversão!”. Entretanto, o meu lado positivo rebatia: “Você ainda vai precisar de seu pai, Hayley... Ouça bem...”.
         E então eu estava dividida em como me sentir com relação a Johnny Parker. Algo me dizia que muita coisa estaria para mudar por conta desta viagem.

Londres, Soho, apt. do Liam e do Zayn, 7:30 am., domingo

~Liam P.O.V.’s~

         Liam apertou os olhos, enquanto a luz da manhã adentrava pela janela do quarto. O moreno levantou seu tronco lentamente: havia dormido sentado, com o tronco, braços e cabeça deitados sobre o notebook preto de tamanho médio.
         Todos os músculos de Liam doíam – exceto os da cintura para baixo – fato causado pela sede de pesquisa. O garoto passara a noite inteira pesquisando sobre seus pais e suas grandes pesquisas.
         Liam fixou seu olhar na mensagem de aviso que piscava na tela do notebook: “Bateria Fraca”. O garoto fechou o aparelho e jogou-o no outro lado da cama. Levantou-se com extremo cuidado e, sem calçar seus chinelos, rumou para o banheiro, que se localizava em frente do quarto.
         Após trancar a porta, Liam debruçou-se na bancada da pia e fitou o seu reflexo no enorme espelho. Estava em um estado quase que deplorável: seus cabelos estavam desgrenhados e opacos, sua barba estava mal feita e haviam olheiras fundas embaixo de seus olhos. Resultado de uma noite mal dormida.
         Liam balançou a cabeça em reprovação. Abriu a torneira e observou a água cair graciosamente na pia. O moreno sorriu involuntariamente, lembrando-se da menina dos cabelos brancos que ocupara sua mente quase que por toda a noite.
         O garoto lavou o seu rosto e o secou. Saiu do banheiro, tomando o cuidado de não bater a porta para não acordar Zayn, que dormia no quarto do fim do corredor. Liam rumou para a cozinha, com a barra da calça cinza de moletom arrastando no chão.
         Passou o café com rapidez e o serviu puro, em sua caneca preta. Colocou as duas colherinhas costumeiras de açúcar e sentou-se à mesa redonda de quatro lugares. Liam bebeu u gole lento de seu café quente, observando o “nada”.
         Lembrou-se do lenço manchado do sangue de seus pais, o que trouxe a terrível imagem de alguém mascarado atirando no peito de sua mãe e na cabeça de seu pai à sua mente. Liam tivera o infeliz azar de estar escondido embaixo da mesa do laboratório quando tudo acontecera. E até hoje se culpava pela morte de Amanda e Nicholas Payne.

Londres, Notting Hill, casa da Hayley, 10:00 am., domingo

~Hayley P.O.V.’s~

         Olhei para a Mercedes preta estacionada na garage. Teria de reaprender a dirigir em apenas uma tarde, ou teria de ir até Wst End á pé. Respirei fundo, enfiando as mãos no bolso do moletom; precisaria de alguém que me ensinasse a dirigir.
         Estalei os dedos, com empolgação, depois de alguns minutos pensando. Corri para a sala, pela porta da garagem que dava para a casa, e tirei o telefone do gancho. Disquei o número do celular de Megan e, depois de alguns segundos de espera, a garota atendeu:
         - Alô?
         - Meg? É a Hayley – disse, segurando o telefone com firmeza.
         - Ah, e aí... O que quer, pra me acordar às dez horas da manhã de um domingo?
         - Queria saber se você pode vir me ensinar a dirigir – respondi, mordiscando o meu lábio inferior com aflição.
         - Hoje? – ela perguntou. Pude sentir um pingo de indignação em sua voz.
         - Sim... – respondi com cautela.
         - Não vai dar... – Megan respondeu, suspirando em seguida. – Estão acontecendo algumas coisas aqui em casa, e tá difícil pra eu sair... – ela soltou um lamento.
         - Oh;;; Tudo bem, então... – respondi, decepcionada. – Melhoras para seja lá o que estiver acontecendo...
         - Obrigada...
         - Até amanhã...
         - Até...

         E desligou o telefone.
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Hey =3 Desculpem-me pelo um mês sem postar =[
Agora estou de volta \o/
Obrigada aos que não me abandonaram. 
E, quanto ao um ano do blog, ainda estou resolvendo o que farei, apesar de já ter passado. 

Um comentário:

  1. Q lindo.. Vc voltou.. Ja tava com saudade de vc menina... Vc ñ faz ideia do quanto eu esperei por esse capitulo.. E ficou perfeito *-*
    Continua logo se ñ eu vou morrer de ansiedade..

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