Capítulo Quinze – Se virando sozinha
Londres, Notting Hill, casa da
Hayley, 6:30 pm., domingo.
O despertador da mesinha de cabeceira
tocou. Enterrei o meu rosto no travesseiro enquanto tateava pela mesinha, em
busca do despertador. Logo o desliguei, fazendo cessar o irritante “pi”.
Respirei fundo, tentando encontrar forças para me levantar.
Antes que eu tomasse qualquer decisão,
senti um corpo se jogar em cima do meu. Gemi de dor, causada pelo peso do
corpo.
- Pai, dá pra sair de cima de mim? Tá
me esmagando – disse, com dificuldade. Ouvi a risada de Johnny, mas o peso
continuou. – São seis e meia da manhã de um domingo, pai! – exclamei, tentando
rolar para a beirada da cama.
- Levante para ver o seu pai partir –
ouvi a voz de Johnny dizer, divertida.
- Se ele sair de cima de mim, eu
levanto – resmunguei, não sentindo mais as minhas pernas.
O peso se foi, e eu me senti
extremamente aliviada. Levantei-me lentamente, me espreguiçando, e encarei
Johnny, que vestia um terno de veludo preto. Sorri pelo canto dos lábios.
- Tá, pai. Vai logo, antes que eu te
impeça de ir – disse, após dar um longo suspiro. John deu uma breve risadinha.
- Isso é algum tipo de “caia fora logo”
comportado? – ele ergueu uma sobrancelha.
- Não – respondi com sinceridade. – Pra
falar a verdade, eu só quero encurtar a despedida. Sabe como é... Nunca gostei
de despedidas – e abri um largo sorriso lacrimoso.
- Não se preocupe, querida... Voltarei
tão em breve que você nem vai notar a minha falta – ele sorriu pelo canto dos
lábios.
- Assim espero... – murmurei, enquanto
Johnny abria os seus braços para um último abraço apertado.
Me sentei no sofá, me sentindo um pouco
tonta. Haviam se passado quarenta minutos desde quando dei meu último aceno a
Johnny. Desde aquele momento, me sentia atordoada. Algo me dizia que tudo
mudaria daqui pra frente. Meu lado negativo dizia, maldoso: “Veja pelo lado bom, Hayley... São duas
semanas sem regras ou ordens para impedir
a sua diversão!”. Entretanto, o meu lado positivo rebatia: “Você ainda vai precisar de seu pai,
Hayley... Ouça bem...”.
E então eu estava dividida em como me
sentir com relação a Johnny Parker. Algo me dizia que muita coisa estaria para
mudar por conta desta viagem.
Londres, Soho, apt. do Liam e do
Zayn, 7:30 am., domingo
~Liam P.O.V.’s~
Liam apertou os olhos, enquanto a luz
da manhã adentrava pela janela do quarto. O moreno levantou seu tronco
lentamente: havia dormido sentado, com o tronco, braços e cabeça deitados sobre
o notebook preto de tamanho médio.
Todos os músculos de Liam doíam –
exceto os da cintura para baixo – fato causado pela sede de pesquisa. O garoto
passara a noite inteira pesquisando sobre seus pais e suas grandes pesquisas.
Liam fixou seu olhar na mensagem de
aviso que piscava na tela do notebook: “Bateria
Fraca”. O garoto fechou o aparelho e jogou-o no outro lado da cama.
Levantou-se com extremo cuidado e, sem calçar seus chinelos, rumou para o banheiro,
que se localizava em frente do quarto.
Após trancar a porta, Liam debruçou-se
na bancada da pia e fitou o seu reflexo no enorme espelho. Estava em um estado
quase que deplorável: seus cabelos estavam desgrenhados e opacos, sua barba
estava mal feita e haviam olheiras fundas embaixo de seus olhos. Resultado de
uma noite mal dormida.
Liam balançou a cabeça em reprovação.
Abriu a torneira e observou a água cair graciosamente na pia. O moreno sorriu
involuntariamente, lembrando-se da menina dos cabelos brancos que ocupara sua
mente quase que por toda a noite.
O garoto lavou o seu rosto e o secou.
Saiu do banheiro, tomando o cuidado de não bater a porta para não acordar Zayn,
que dormia no quarto do fim do corredor. Liam rumou para a cozinha, com a barra
da calça cinza de moletom arrastando no chão.
Passou o café com rapidez e o serviu
puro, em sua caneca preta. Colocou as duas colherinhas costumeiras de açúcar e
sentou-se à mesa redonda de quatro lugares. Liam bebeu u gole lento de seu café
quente, observando o “nada”.
Lembrou-se do lenço manchado do sangue
de seus pais, o que trouxe a terrível imagem de alguém mascarado atirando no
peito de sua mãe e na cabeça de seu pai à sua mente. Liam tivera o infeliz azar
de estar escondido embaixo da mesa do laboratório quando tudo acontecera. E até
hoje se culpava pela morte de Amanda e Nicholas Payne.
Londres,
Notting Hill, casa da Hayley, 10:00 am., domingo
~Hayley
P.O.V.’s~
Olhei para a Mercedes preta
estacionada na garage. Teria de reaprender a dirigir em apenas uma tarde, ou
teria de ir até Wst End á pé. Respirei fundo, enfiando as mãos no bolso do
moletom; precisaria de alguém que me ensinasse a dirigir.
Estalei os dedos, com empolgação,
depois de alguns minutos pensando. Corri para a sala, pela porta da garagem que
dava para a casa, e tirei o telefone do gancho. Disquei o número do celular de
Megan e, depois de alguns segundos de espera, a garota atendeu:
- Alô?
- Meg? É a Hayley – disse, segurando o
telefone com firmeza.
- Ah,
e aí... O que quer, pra me acordar às dez horas da manhã de um domingo?
- Queria saber se você pode vir me
ensinar a dirigir – respondi, mordiscando o meu lábio inferior com aflição.
- Hoje? – ela perguntou. Pude sentir
um pingo de indignação em sua voz.
- Sim... – respondi com cautela.
- Não
vai dar... – Megan respondeu, suspirando em seguida. – Estão acontecendo algumas coisas aqui em casa, e tá difícil pra eu
sair... – ela soltou um lamento.
- Oh;;; Tudo bem, então... – respondi,
decepcionada. – Melhoras para seja lá o que estiver acontecendo...
- Obrigada...
- Até amanhã...
- Até...
E desligou o telefone.
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Hey =3 Desculpem-me pelo um mês sem postar =[
Agora estou de volta \o/
Obrigada aos que não me abandonaram.
E, quanto ao um ano do blog, ainda estou resolvendo o que farei, apesar de já ter passado.
Q lindo.. Vc voltou.. Ja tava com saudade de vc menina... Vc ñ faz ideia do quanto eu esperei por esse capitulo.. E ficou perfeito *-*
ResponderExcluirContinua logo se ñ eu vou morrer de ansiedade..