Capítulo Vinte e Seis – Os homens NÃO se arrumam mais depressa que as mulheres
Beto e eu tomamos banho e fomos dormir
às onze e meia da noite. Eram seis horas quando levantei na manhã seguinte.
Tentei
acordar Beto (que dormira comigo), sacudindo-o – porém não obtive sucesso
algum. Resolvi deixa-lo dormindo, uma vez que os homens costumam se arrumar
mais depressa que as mulheres, e Beto só teria de entregar os papéis de
transferência na universidade.
Aproveitei para fazer a minha higiene matinal,
tomar um banho de tempo médio, me secar, me vestir e descer para fazer o café
da manhã.
Quando
terminei de passar o café, Beto adentrou na cozinha, sonolento e com os cabelos
bagunçados.
Eu: Bom dia, Bela
Adormecida – impliquei, servindo café em duas canecas.
Beto: Hahaha,
engraçadinha... – ele imitou uma risada, irônico, enquanto se sentava à mesa.
Eu: Quanto
mal humor... – comentei, sentando-me à frente de Beto.
Beto: Culpa dos
seus lábios, que dão vontade de beijar durante a noite inteira – ele cerrou os
olhos, enquanto colocava duas colherinhas de açúcar no café puro.
Eu: Não tenho
culpa alguma se meus lábios são irresistíveis – brinquei, rindo, colocando três
colheres de açúcar no café.
Beto: E é por
isso que vai morrer diabética – ele comentou, fitando a minha caneca.
Eu: Bate
nessa tua boca! – exclamei, bebendo um gole de café. – E bebe rápido, porque
você ainda não se arrumou.
Beto: Eu me
arrumo em três minutos – ele retrucou desafiador. – À propósito... Você precisa
comer mais no café da manhã.
Eu: Pra quê,
se no intervalo eu como? – indaguei, dando de ombros.
Olhei para o relógio, que marcava cinco
para as sete da manhã.
Eu: Até que
enfim! – exclamei, depois de quinze minutos de espera, quando Beto desceu as
escadas, completamente pronto. – Pegou os papéis?
Beto: Estão no
meu bolso – ele indicou o bolso traseiro da calça.
Eu: Então
vamos – pendurei a mochila no ombro esquerdo e puxei Beto até a porta.
As ruas estavam calmas e frias. Levamos
alguns minutos para chegar na universidade, onde indiquei para Beto onde ficava
a secretaria.
Eu: Entrega
tudo direitinho – disse, rindo da irritação do rapaz.
Beto: Vou
entregar, chatice... Agora sobe! – ele exclamou. Quando me virei para ir, Beto
me puxou pela cintura e me virou, sorrindo.
Eu: Como quer
que eu suba desse jeito? – perguntei, fitando-o.
Beto: É que me
esqueci de pedir o meu beijo – ele mordeu o lábio.
Eu: Bem
Rapidinho pra diretora da universidade não ver – retorqui, sorrindo. Beto assentiu
e me beijou carinhosamente.
Eu ri entre o beijo, fazendo Beto
sorrir e apertar a minha cintura, possessivo. Mordi o lábio inferior do moreno,
parando o beijo em seguida.
Beto: Agora
pode ir – ele sorriu pelo canto dos lábios, me soltando lentamente.
Ri e fui em direção às escadas. Parei,
antes de subir, e atirei um beijo para Beto, que fingiu pegá-lo. Sorri e fiz um
breve aceno com a mão, subindo as escadas em seguida.
Corri até a minha sala que, por sorte,
ainda não havia nenhum professor; apenas os alunos de sempre, Cassia e um
garoto de cabelos pretos, que julguei ser aluno novo.
XxXx: Você é
Catarina Dunst, correto? – o garoto de aparentemente vinte e dois anos indagou,
sorridente, quando sentei-me à mesma mesa de sempre.
Eu: Sim –
respondi, indagando-me sobre o que teria feito de errado, desta vez.
XxXx: Estávamos
apenas esperando você chegar, para começarmos a aula – ele levantou-se da mesa
em que estava sentado e foi à frente da sala.
O fitei, sem entender.
Eu: Bom,
presumo que para a aula começar deveria ter, no mínimo, o professor – retorqui.
XxXx: Eu sou o
professor – ele me fitou, enquanto a turma colocava-se em seus lugares.
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